sexta-feira, 29 de julho de 2011

Petra - Wadi Musa - Jordânia - Dias 54 e 55

Uma das sete maravilhas do mundo moderno! Mas, como assim? Mundo Moderno? Eu não entendi essa parte. Petra foi eleita uma das maravilhas do mundo moderno, ao lado do Cristo Redentor no Rio de Janeiro (que foi inaugurado em 1931d.C.). Petra, no entanto, é bem mais antiga.

(Embasamento histórico) Vou tentar resumir a história de Petra, só para ambientá-lo na impor(tância deste lugar. Alguns desta região acreditam que a cidade surgiu quando Moisés, no êxodo do Egito, fincou seu cajado na terra e da pedra brotou água, formando um cânion com água corrente no meio do deserto. Muitos crêem que Aarão, o irmão de Moisés (seu interlocutor) foi enterrado em uma das tumbas desta cidade. Estudiosos afirmam que esta é a provável cidade de Selá, citada na Bíblia em 2 Reis 14:7 e Isaías 16:1. Nesta cidade viveram os nabateus por muitos anos, e eles são os responsáveis pelas obras primas esculpidas na rocha, era um povo de comércio, que passava por vários povos, e traziam consigo muita influência, a língua era aramaico, mas há indícios de escritos em latim e grego na cidade. Além de que a arquitetura é uma mistura de arquitetura egípcia, da mesopotâmia e grega. A água abastecia a cidade, vinha em um aqueduto que ficava sempre na sombra e abastecia uma cisterna como uma piscina olímpica no meio da cidade, sempre fresca. Até que depois dos anos 300, um terremoto abalou a região e provocou a escassez da água, o que afastou sua população que chegou a ser de 20mil pessoas.

Então! Estávamos eu e meu pai no carro verde do jordaniano explorador de turistas, indo para a cidade de Wadi Musa, e eu sabia o hostel que queria ir, era o Valentine Inn, e por coincidência o motorista que nos levar bem pra lá, com certeza pra ganhar uma comissão, isso já não foi boa propaganda pro albergue. Mas entramos, achamos um ambiente bem "árabe", ou bem "beduíno" e entramos, afinal eram só 3 Jordanian Pounds por noite por pessoa (ou seja, 20 dólares). Entramos, quarto com uns 8 beliches, um banheiro, a água só era quente em alguns momentos do dia, a porta do banheiro não tinha tranca, o banheiro era grande e o chuveiro longe da porta, não havia cortina, o quarto misturava homem, mulher, velhinhas, japonesas, suecos, etc. Consequência: Resolvi manter a areia do deserto no meu corpo por uns dias. Havia wifi no hotel, ótimo, um ambiente legal para ficar assistindo filmes e conversando, café da manhã e janta. Precisa de mais o que? Ah, claro, a vista do terraço era ótima.






O motorista ainda nos pediu uns 30 dólares só pra nos levar numa mini Petra que havia ali por perto, não aceitamos, claro, saímos andar pela cidade, foi quando comprei o meu turbante. Achei ele ótimo, da cor tradicional da Jordânia, vermelho e branco, como o rei usa, aprendi até técnicas de como usar pra mostrar se sou casado ou solteiro à procura de uma noiva. E ele me foi muito útil para proteger do frio da noite no deserto, e do calor do dia, e do vento. Mas o dia tinha que passar, e não faríamos nada, pois se quiséssemos entrar em Petra, teríamos que pagar o equivalente a 90 euros só pelo dia, impossível, até tentamos barganhar, mas com essa cara de austríaco foi impossível.

Pela noite uma belíssima surpresa, o jantar que imaginei que fosse qualquer coisa, foi um banquete maravilhoso! Poucas vezes comi tanto na vida, a comida árabe é muito boa! Havia fartura de comida na mesa, muita comida mesmo! No quesito alimentação, o melhor albergue de todos! É só olhar na foto! 








Eu comi aquele prato todo (e outro) e subi logo pra deitar pra descansar de tanto comer! E depois fui na sala de TV do albergue, e com meus colegas turistas assistimos ao filme "Indiana Jones - A Última Cruzada" (1989), nada mais adequado, se no outro dia íamos conhecer Petra, um clássico.































No outro dia acordamos cedo e fomos para Petra, desta vez cerca de 50 euros por pessoa, caro mesmo assim. Eu não pensei que era grande o lugar, andamos bastante até chegar no cânion com os aquedutos, que no fim dava no grande Tesouro de Petra, este aqui:










Então, após várias fotos, prosseguimos, vários camelos levando e trazendo pessoas de uma lado pro outro, continuamos a pé, claro. Até que eu descobri uma coisa, olhava pra todos os lados e eu só via tumba, tumba, tumba, descobri que Petra é uma cidade fantasma! Um  cemitério, porque ali não tem casa, só tumbas e mais tumbas. Aí vimos um caminho entre as montanhas e resolvemos subir, dizia na plaquinha: Para local dos sacrifícios. Não imaginava qual o tamanho do sacrifício, sacrifício pra chegar até lá, nossa, que dificuldade, muito alto e distante o lugar, e nós querendo fazer tudo em um só dia. Subimos lá, valeu a pena pela paisagem, e pela graça de ver um francês perdendo o boné por causa do vento, e o vento levando o boné pro penhasco, e o guia descendo todo o penhasco pra pegar o boné, com certeza esperando alguns euros em troca como gorjeta. Obviamente. Olhem uma foto lá de cima:




Descemos, e quando estávamos chegando no começo da subida, eu me divertia olhando a inocência das pessoas, olhando a plaquinha dizendo: "Sacrifício logo ali", e começando a subir felizes, inclusive de uma mocinha sozinha querendo subir. Aí passamos pelo resto da cidade, só tumbas, um palácio destruído no meio da cidade, uma avenida com colunas, parecida com a de Éfeso, e no final da cidade chegamos em um lugar onde começava uma trilha, havia uma plaquinha que dizia: Monastério. Por experiência própria, deduzi que não era "logo ali", e o dia estava se acabando, o sol querendo se pôr, e o parque querendo fechar, mas fomos, claro. Mas pra subir montanha não é muito fácil não, ainda mais logo depois de ter subido uma. Mas conseguimos chegar lá bem quando o sol estava se pondo, foi uma corrida pra conseguir tirar fotos do monastério com o sol caindo no horizonte com tanta rapidez. E então, depois de muitas fotos, voltamos no nosso ritmo rapidinho, competindo com os camelos, por alguns quilômetros toooooda a cidade, todo o caminho novamente, alguns Km, até a entrada do parque. Foi um dia para emagrecer (a janta do outro dia).











Pela noite, comprei mais 2 litros de coca pra aguentar mais um banquete beduíno, delícia, e assistimos outro clássico, bem adequado: Lawrence das Arábias, a história de um soldado ocidental que liderou a revolta árabe. Que viveu esta história no deserto de Wadi Rum, o lugar onde iríamos no outro dia de manhã, para alimentar nossas expectativas. O albergue organizava as saídas para os turistas que quisessem ir para o deserto para dormir num acampamento beduíno, claro que fizemos isto. E a noite foi sonhando com o que seria no dia de amanhã.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Indo de Jerusalém para Petra - Dias 52 e 53

Pessoal,


Inicialmente peço desculpas pela interrupção súbita da postagem de novos textos sobre a viagem, logo após o natal, creio que você, leitor, entende o quão difícil é manter um blog ativo durante uma viagem, deve-se andar e descobrir coisas novos durante todo o dia, e noite, e quando se vai para o quarto dormir, ainda gastar algumas horas escrevendo. Mas, fui perseverante e assim o fiz até quase o fim da viagem. Mas o ideal é escrever sobre experiências e lugares visitados após um retorno tranquilo para casa, assim é melhor para mensurar tudo que se viu e aprendeu, e trazer melhores informações. Depois de voltar, tive tempo para relaxar e só então começar o meu tão sonhado emprego público num banco, e agora estou mais tranquilo, com tempo para escrever novamente, depois de uma época de muitas mudanças. Portanto hoje continuarei escrevendo sobre a continuidade da viagem, novos lugares e novas histórias.


Após um natal inesquecível ao lado de onde Jesus nasceu, ouvindo o sino de Belém badalar, eu tinha um plano. O plano deveria ser seguido à risca pois nossos dias para a volta já eram contados. O plano era voltar pro hostel em Jerusalém (após meia noite entre dias 24 e 25), dormir, e no outro dia (25) sair cedinho pegar ônibus para Eillat, e de Eillat atravessar a fronteira Israel-Jordânia, chegar em Aqaba que é ao lado, e de lá já pegar um ônibus para Wadi Musa, onde fica a famosa Petra. Portanto, do dia 25 de dezembro para o dia 26 de dezembro dormiríamos ao lado de Petra, na Jordânia.


Mas, aos desavisados de plantão vai uma dica: Sempre há imprevistos na sua viagem. Novamente, aquela velha história de judeu não trabalhar na sexta-feira, interferiu na viagem (da outra vez tivemos que pagar caríssimo num táxi da fronteira de Jordânia-Israel para Nazaré pois não havia ônibus pois era sexta-feira). Dia 25 de dezembro era um sábado, só fomos descobrir isso depois de acordar dia 25 para ir para a rodoviária. Então acabamos gastando o dia à toa, pois somente a partir do pôr do sol (18:00), os judeus iam começar a trabalhar novamente e teríamos como ir para Eillat. Fomos após as 18h para a rodoviária, aliás, eu já falei aqui que a rodoviária de Jerusalém é maravilhosa? Apesar dos milhares de militares teenagers circulando por lá. Enfim, chegamos a Eillat às 05:00 do dia 26, numa manhã fria e com neblina, tivemos que esperar até 8:00 para poder atravessar a fronteira com a Jordânia, fomos os primeiros a atravessar, e os primeiros a serem enganados pelos taxistas, isso é resultado da falta de informação. Agora se você fizer este mesmo roteiro e ter lido isto, não vai ficar na mesma situação. Vou contar, atravessamos a fronteira e pensávamos: temos que ir para Petra o quanto antes!! Mas como?? Não sabíamos, este foi o trunfo do taxista, como estávamos um dia atrasados segundo meu planejamento, eu queria visitar Petra naquele mesmo dia, não perder tempo, portanto tínhamos que arranjar um jeito de chegar bem rápido! Mas aí o taxista falou, que os ônibus iam demorar para sair, iam sair apenas pela tarde, e não conseguiríamos visitar Petra ainda naquele dia, além de que não eram tão baratos. Pessoal, não sei se vocês sabem, mas a Jordânia é um país caríssimo! Jordan Pounds, é o nome dos pentelhinhos, vale mais do que o dólar! Pagamos o taxista, pois, apesar de saber que estava pagando mais caro, pensei que assim poderia ganhar um dia na viagem, então valeria a pena. O motorista só esqueceu de mencionar que se eu tentasse entrar em Petra naquele mesmo dia, teria que pagar cerca de 90 euros por pessoa (180 euros pra mim e para meu pai), para entrar no complexo, ou seja, impossível, nem sonhando, aqui farroupilha! Se eu fosse no meu segundo dia de visita, pagaria o equivalente a 50 euros cada. Mesmo assim caro. Eles fazem isso para evitar turistas oriundos de Israel que gastem apenas um dia na Jordânia. Então chegamos em Wadi Musa, a cidade que fica bem ao lado de Petra, muito simpática, e fomos direto para um hostel que eu havia selecionado pelo hostels.com. Lá ficamos o resto do dia, descansando.


Para a viagem Jerusalém-Tel Aviv-Eillat (sim, tivemos que passar por Tel-Aviv), o custo foi de U$50,70 (U$25,35 cada). Para a porcaria do táxi verde que nos levou de Aqaba para Wadi Musa (Petra), gastamos U$70,00 (poderíamos ter gastado 5 dólares cada um de ônibus).


Este é o melhor caminho para ir de Jerusalém para Petra, outra opção é ir de Jerusalém para Amman, e de lá para Wadi Rum, mas, geralmente você tem muito mais complicações na fronteira, e mais trânsito, e fica mais caro, mas pelo menos é menos complicado. Na fronteira do sul, é muito fácil passar, é só pagar o visto temporário, e você faz tudo isso na hora.


Este post é só um aquecimento, só escrevendo sobre o difícil trajeto de Jerusalém para Petra. Ainda sobre este mochilão escreverei os seguintes posts:
- Petra
- Um dia e uma noite no deserto de Laurence das Arábias
- De Petra a Dahab
- Dahab, o paraíso dos mochileiros
- Monte Sinai - O significado
- Dahab a Luxor
- Luxor
- Cairo
- A volta para casa
- O aprendizado
- Custos de viagem


É, ainda tenho muito o que escrever, espero que depois desse tempo todo ainda tenha algum interessado que leia! Eu agradeço! Depois de terminar esta viagem, vou escrever sobre cada cidade que conheci através das viagens pela MSC Cruises! Ainda tenho muito o que escrever!


 É logo ali...
 Welcome to Jordan
 Explorador de turistas desavisados
 Táxi caro
 Deserto na Jordânia
 Pôr do Sol na Jordânia
Wadi Musa

Quero agradecer àqueles que me incentivaram a terminar minha história, inclusive nos comentários aqui no blog, acabei escrevendo hoje pois me animei com o blog, pois mencionei ele hoje na pós-graduação.

O caminho da Jordânia ao Egito - Dia 57

Após uma noite inesquecível, nos preparamos logo cedo para sairmos o mais rápido dali para conseguir chegar no mesmo dia a Dahab, e sair d...