sexta-feira, 15 de outubro de 2010

O melhor escort do mundo

Então né, não é pra me gabar, mas, né, hehe, pois é.
Eu já conto o motivo deste título, mas dentro da excursão, se mostrar melhor em fazer excursões é bom, porque assim sua chefe vai sempre lhe mandar a fazer excursões, então, como é o que eu prefiro fazer, passear, eu busquei ser melhor em fazer excursões, ser o escort.
Dentro do Ofício de Excursões em um navio existem diversas funções, vou citar algumas:
- Falar idiomas e atender bem os passageiros na desk.
- Fazer procedimentos de excursões pré-pagas.
- Realizar os pontos de encontro antes das excursões, com o rádio comunicar-se com o comando do navio.
- Imprimir bilhetes.
- Organizar o arquivo dos cruzeiros anteriores e do atual.
- Realizar compras de materiais de escritório.
- Organizar os stickers e placas para os pontos de encontros dos próximos dias.
- Receber reclamações de passageiros insatisfeitos e tentar resolver.
- Fazer análises de tabelas, gráficos e números sobre nacionalidades de passageiros, compras de excursões em cada porto e lucro.
- Fazer relatório de cruzeiro e fazer relatório financeiro.
- Verificar e divulgar número de passageiros no navio.
- Organizar e enviar etiquetas de excursões de desembarque.
- Ser escort: acompanhar uma excursão, verificar se o guia está fazendo um bom trabalho, se o itinerário é respeitado e se os passageiros estão contentes, se acontecer algum problema tentar resolver, se certificar que o número de passageiros está correto. (ou seja, ser turista)
- Fazer relatório de avaliação da excursão.
É praticamente isso que se faz como um Excursion Host, e aí, tranquilo? Línguas eu tenho: Português, Inglês, Espanhol, Francês e Italiano. Eu já fiz todas estas coisas. Mas como bom analista de mercados de capitais e turista profissional, gosto mais de certas coisas, e nessas eu me mostro melhor pra sempre fazer estas coisas. O que eu gosto, me mostro melhor e faço mais:
- Fazer relatório de cruzeiro e fazer relatório financeiro.
- Fazer análises de tabelas, gráficos e números sobre nacionalidades de passageiros, compras de excursões em cada porto e lucro.
- Ser escort: acompanhar uma excursão, verificar se o guia está fazendo um bom trabalho, se o itinerário é respeitado e se os passageiros estão contentes, se acontecer algum problema tentar resolver, se certificar que o número de passageiros está correto. (ou seja, ser turista)
E a carga horária: Dia de porto: das 8h as 22h, com umas 2 horas de break. Dias de navegação, 9 horas de jornada, das 9h as 12h e das 16h as 22h. Dia de porto, fazer excursão, mais umas 5 ou 6h de desk. Dependendo do porto trabalha 2 horas, ou nada, na desk.Mas também vai fazer o que nesse navio se não for trabalhar?
Agora vou explicar a razão do título. Normalmente um escort não está nem aí pro grupo, só vai como turista, fica no canto e não tá nem aí pra nada, tá indo por obrigação mesmo. Mas eu quando vou, sempre conto se todos os passageiros estão lá, se não, eu saio à caça deles, se a guia não se dá bem com um passageiro eu sempre estou do lado do passageiro, eu converso com o passageiro, conto da minha vida no Brasil, ouço eles, na maioria são velhinhos aproveitando a pensão do governo. Às vezes tem uma pessoa mais nova, ou um brasileiro, aí fico conversando mesmo. Mas então, sempre presente como um bom turista empolgado como se fosse a primeira vez no lugar, pois eu sei que depois que eu estiver no Brasil vou sentir saudades de fazer tanto turismo, de viajar tanto e conhecer tantos lugares.
Na última vez que estive em Atenas, deu tudo errado na excursão, era panorâmico, sem tempo para subir para a Acrópolis, o grupo ficou embaixo ouvindo a explicação da guia, eu sai e fui lá no topo no monte de Paulo, ver a paisagem, depois quando voltei, no ônibus faltavam dois. Um casal largou o grupo e tentou subir até a entrada da Acrópole, estava calor, o passageiro de cerca de 70 anos perdeu pressão quando chegou lá emcima e desmaiou, eu subi duas vezes pra tentar achar e não achei. Depois de 15 minutos o casal desceu para o ônibus e continuaram a excursão normalmente. Em Plaka, região de lojas de souveniers e restaurantes de Atenas, na volta para o ônibus, eu enquanto os passageiros voltavam pro ônibus voltei para a ruazinha pra tirar mais fotos, 3 italianos estavam procurando o esposo de uma deles, e eu disse: Ah, o Antônio? Já está no ônibus, fiquem tranquilos. Aí eles ficaram muito agradecidos. Aí voltando encontrei outra passageira procurando o marido, aí eu falei: Ok, então temos que achá-lo, e acompanhei ela até ela encontrar ele, só por alguns metros. Aí ela também ficou muito agradecida. Depois recebi 10 euros de gorjeta dos primeiros, e 5 euros da última. Receber gorjeta de italianos é missão quase impossível, italianos dizem isso, e só com isso eu já ganhei. Na verdade essa foi a segunda vez que ganhei gorjeta, é muito difícil receber porque eles pensam que a gente, como staff, ganha bem. Depois, no final deste tour a guia fez um agradecimento especial no ônibus a mim, e todo mundo aplaudindo e falando BRAVO!, me senti até importante. Ela ligou para a agência, e a agência ligou para minha chefe dizendo: Parabéns, nossa guia falou que este é o melhor escort que ela já conheceu, trabalhando por anos diariamente com excursões. YEY! =D
Um dia antes tínhamos tido um problema com excursão de portugueses e espanhóis que estavam fazendo muito alvoroço na nossa desk, então a Giovanna me designou para ser o escort deles pro resto do cruzeiro, então já garanti sair todos os dias em excursão. E comigo não aconteceram mais problemas, e eles até saíram contentes.
Hoje, estive em Atenas novamente, e fui desta vez com um grupo de 28 americanos. Americanos muito animados aliás, muito bom grupo, todos com uma energia muito positiva, própra de viajantes. Por isso quero agora sempre ir com eles! A acrópolis estava fechada, funcionários em greve, e a guia não era das melhores, então lá emcima na frente dos policiais ouvi um dizendo, Ok, I think Im going to go back to the bus... meio desanimado, então eu falei: Bom, eu estou indo no St. Paul’s Hill, é um lugar famoso, se quiserem venham comigo. Aí um grupo de uns 10 americanos vieram comigo, e ficaram encantados com a vista do lugar, onde se pode ver todos os lugares importantes de Atenas, inclusive a antiga Ágora. Ficaram muito agradecidos, aí só por causa desse favorzinho, ao final da excursão, todo mundo me deu 5 euros e eu consegui 40 euros, praticamente 100 reais, só por isso aí.=D (digo isso porque é sempre quase impossível um escort receber gorjeta)
Então esse é o motivo do título! Fui eleito, no porto mais movimentado por excursões de navios com escorts do mundo, pela agência principal, o melhor escort que eles já viram, então consequentemente: sou o melhor escort do mundo! Haha.
Pronto, agora posso voltar a vida normal e virar um bancário e concurseiro, em Curitiba.
Hoje vou dar a ordem de compra da minha passagem aérea, vou comprar no Brasil porque apesar de que comprando aqui a passagem fica mais barata, eu não tenho a garantia que eu posso depois adiá-la como eu quero fazer, então, né. E amanhã, quando eu tiver a passagem comprada, eu peço o sign-off.
Ah, vou contar que nesse cruzeiro, com o novo Hotel Manager, e novo Deputy Purser, o chefão e o vice-chefe do navio, eu estou me dando bem. Me pediram já várias coisas pra fazer que só um administrador sabe fazer bem e eu fiz bem rápido e bem, fiquei bem na fita, haha, não vão querer que eu saia.
Eu tenho que citar também um grupo espanhol do cruzeiro retrasado, esse era o grupo mais animado que eu tive. O bom de trabalhar na excursão também é que os passageiros ficam teus amigos porque eles estão nos momentos felizes das férias deles então eles estão felizes, né. É legal ver os casais de velhinhos passeando felizes. Um dos passageiros espanhóis me mandou um e-mail com foto, vou postar aqui. Se algum de vocês lerem, eu vou sempre lembrar desse grupo! Embaixo tem 3 Curitibanos, 2 trabalhadores da Copel, ex-alunos do CEFET, na minha frente uma portuguesa muito simpática com o marido na esquerda da foto, ali junto o Sebástian, Social Host Espanhol, e o resto são espanhóis e argentinos! Também quem eu vou lembrar é a família da Hora, curitibanos, que fizeram dois cruzeiros no norte da Europa, e dos da Veiga, um deles meu futuro colega de Caixa, advogado da Caixa, que estiveram no último cruzeiro. E também é bom citar o grupo de americanos deste cruzeiro, muito boas pessoas! É bom isso, trabalhar na excursão é um dos poucos lugares do navio que se pode ter este contato com os passageiros, porque você partilha dos momentos felizes das vidas deles, que eles pra sempre vão lembrar, afinal uma viagem é um bem intangível, uma memória que sempre vai seguir com você, não é como uma TV que você compra agora e daqui um ano é velha e ultrapassada, por isso é bom gastar o dinheiro nisso, em experiências e conhecimento, não em coisas que se vão.
Bom, é isso, meu post sobre o meu trabalho nesse navio, que está prestes a acabar, porque as coisas podem ser boas ou ruins, mas é sempre preciso seguir em frente, para evoluir, sempre. E quando um tempo se acaba, é preciso começar e construir um outro, é isso que vou fazer, o mochilão ao Oriente Médio será só a transição. Dá dó de dizer para minha chefe que eu nunca mais vou voltar, porque é provavelmente o melhor trabalho que vou ter na vida, mas é só uma experiência, para construir alguma coisa eu preciso estar em terra, então, é preciso coragem sempre para mudar, porque para os sozinhos, o futuro novo, desconhecido, é sempre um pouco assustador.



2 comentários:

Anônimo disse...

Passei por aqui!
Bjins! Fike com Deus!

Chris

jhow disse...

caraca velho t amo cara kkk sou teu fá imediatto olha t adimiro valew por postas aee experiencias

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