sábado, 18 de dezembro de 2010

Líbano - Beirute e Balbeck, a cidade do Sol! Dias 36 e 37


No mesmo dia que acordamos em Maloula na Síria dormimos em Beirute no Líbano. O transporte foi tranquilo, minibus até Damasco e depois um ônibus (mini) até Beirute. É bom que o ônibus seja pequeno pois na fronteira é melhor ter menos pessoas, pois esperar 50 pessoas tirarem o visto não seria muito bom. A fronteira não foi tão ruim, pagamos 550 syrian pounds, ou U$12,00 cada um para sair da Síria, e mais U$8,60 para ir de Damasco até Beirute, bom. No ônibus só havia turistas, e um perguntava pro outro, você tem hotel pra ficar? Eu não tenho, você tem? E um canadense que já havia visitado Beirute falou que tinha e era o mais barato da cidade. Então fomos todos atrás dele quando desembarcamos. Não era tão longe da “rodoviária”, digo entre aspas porque aquilo pra mim não era rodoviária. Era embaixo de um viaduto, um local fedido, sujo e escuro onde havia alguns ônibus. Acho que os israelenses devem ter destruído a rodoviária deles.

Chegamos no hostel, era no segundo ou terceiro andar de um prédio feinho, já dá pra ver que minha avaliação não vai ser das melhores né. O nome: Al Nazih Pension. O preço: U$17,00 a noite no dormitório. Eles só tem um banheiro com chuveiro e vaso sanitário, então você pegando dormitório ou quarto privado e tiver alguém utilizando por meia hora numa dor de barriga o vaso sanitário, você vai fazer nas calças. Geralmente uma pensão com banheiro partilhado tem no mínimo dois banheiros, ou o chuveiro é separado da privada. Enfim, a ~unica coisa boa é que os lençõis eram limpinhos, das camas dos beliches. Eles tem internet, wifi, mas eles têm a coragem de cobrar U$3,00 a hora ou U%9,00 o dia inteiro, dia inteiro vírgula, das 9h da manhã até 23h da noite. Ou seja, o tempo que você está fazendo turismo na rua. É um absurdo cobrarem isso, eu como precisava falar com a minha família tive que pagar U$9,00 por 3 horas de internet. Ah, e o staff é uma porcaria, um deles atende de má vontade, grosso, quando nos atendeu estavaa deitado com as pernas pro ar, e foi difícil ele levantar do sofá. Depois que recebeu o pagamento não quis mais conversa e foi pro sofá, só falou: porque querem ir pra Israel, aquilo lá é uma porcaria, não tem nada pra ver. E a mulher, grossa, não quero nem comentar.

Saímos pela cidade a noite e eu vi uma das mesquitas mais bonitas que já encontrei, ela tem a cúpula azul e é iluminada, muito bonita, e por dentro surpreende, tem vários lustres e o central é enorme, não sei dizer quantos metros, mas imagino que tenha no mínimo 15 metros. Depois andamos pelo centro da cidade e vimos um lugar bonito, moderno, e de gente de muito dinheiro. Ali não entra qualquer um, o centro é fechado com militares armados até os dentes, revistando inclusive se entra com bolsa. Inclusive na mesquita para entrar tem que abrir a mochila. Encontramos um shopping, e encontrei o laptop que encontrei por U$1200,00 pelo preço de U$2400,00. Lá eles usam dólares além da moeda deles.

Beirute é uma capital arrasada, mas que se reergue. Eu entendo o ódio que os libaneses carregam, ele tem motivo, eles querem crescer e ser um país livre e moderno, como qualquer país. E Israel vive impondo restrições, o espaço maríitimo é fechado, e ainda bombardeiam a cidade só porque um grupo isolado sequestrou dois pupilos do exército israelense. Por esse motivo bombardeiam a cidade inteira, bombardeiam e destróem a usina elétrica que tinham acabado de construir para fornecer energia para o país. Acabam com tudo, sem razão. Israel, desculpa, mas tu és o Senhor da Guerra. Inclusive são os semitas que têm dinheiro e prosperidade e poder nos Estados Unidos, e fazem a cabeça e praticamente comandam o mundo político por lá, fazendo e financiando a guerra. E os Estados Unidos é que financiam tudo o que Israel faz. Então, os libaneses carregam um ódio parece, em 2005 aconteceu este bombardeio ao qual me refiro. E agora eles estão reconstruindo tudo, tentando continuar a vida. Andando pelas ruas é fácil encontrar uma placa de outdoor enorme com a foto de um bebê de 3 anos com roupa de soldado, para promover o exercício militar no país.

No outro dia pegamos um minibus, uma van para a cidade de Balbeck, pois eu li que seria um dos lugares mais importantes e bonitos para se ver no Líbano. O outro era Byblos, que infelizmente ficou de fora. Chegando em Balbeck nos sentimos em zona guerra. Bandeiras do Hizbolah por toda parte, na entrada da cidade, fotos dos líderes do Hizbolah por toda a parte. Estávamos no território deles.

Mas encontramos muita beleza em Balbeck. Lá é onde se encontra o grande Templo de Júpiter. Pagamos U$8,00 cada um para entrar e vimos colunas como nunca antes tínhamos visto, se não forem as maiores do mundo estão entre as maiores, vocês poderão ver na foto que vou postar, eu ao lado da coluna sou como uma formiga, não chego nem na base da coluna. Este templo era tão grande que nunca foi terminado. Em compensação há o Templo de Bacchus, que está completamente terminado.  Templos da Grécia perto disso aqui não são nada. Ele sobreviveu a vários terremotos e as várias religiões de vários povos que passaram por aí. Por causa de terremotos algumas colunas caíram, e inclusive há uma que caiu emcima da parede do templo, e a parede segurou todo o peso, muito forte a parede! Fizemos um lanche ali entre as colunas gigantes. Até os blocos das paredes são gigantes, 3 metros de grossura mais ou menos. Também visitamos um museu que há embaixo da cidade, há um esqueleto lá muito antigo, com folhas de ouro, e várias tumbas, também há um mini museu na saída.

Balbeck é um patrimônio da humanidade pelas suas estruturas colossais. Os blocos das paredes pesam 300 toneladas, o que já é demais, mas existem 3 blocos que pesam 800 toneladas!! Coisa de outro mundo!! Esses são os blocos que estão colocados lá na cidade para construir o templo né, mas na estrada pra Heliopolis há dois blocos que ficaram pelo caminho, um com 1000,12 toneladas e outro com 1242 toneladas, aí exageraram né!  Até hoje não se sabe exatamente como os romanos, no seu auge, conseguiam transportar blocos deste tamanho! Esta cidade se chamada Heliopolis, a cidade do Sol! Isso na época de Alexandre o Grande. Então a cidade esteve nos domínios do império de ferro, o Império Romano, onde conheceu o seu ápice! Depois, claro, ela foi dos islâmicos e depois otomanos. E a cidade guarda o templo romano mais bem conservado do mundo, está praticamente (eu disse praticamente) intacto! Esse é o Templo de Bacchus.

Andando pela cidade encontramos pessoas falando em português, aí fomos lá de metidos dar oi! Brasileiro é irmão! Aí era uma mãe e uma filha, acompanhada de duas pessoas locais que pareciam estar mostrando pra elas a cidade. Depois descobrimos que ela é atriz e a filha estuda teatro, ela trabalhou na novela “O Clone”, Nóris Barth, ela tem esse site:  http://www.norisbarth.com.br/ . Ela ama o Líbano, e é bem simpática! E a filha também, vou pôr a foto delas aqui!

Fiquei realmente impressionado com o tamanho das construções de Balbeck, mas depois de dar uma volta pela cidade, já não queria mais ir para os mesmos lugares, então saímos para voltar para Beirute. Já era 14:00 e nos disseram que a última van voltava às 14:30. Então, já que tínhamos terminado tudo, voltamos.

O transporte de Balbeck a Beirute foi no mesmo estilo da vinda, minibus, 2 horas de viagem pois a van vai parando toda hora, e tem tráfego, e ela é demorada, pois a distância não é muita, e custou uns U$7,30 por pessoa. O transporte ia até a estação de vans chamada Cola, mas ficamos no meio do caminho e trocamos de van para ir para perto do centro. Aliás, chegando na periferia da cidade, vimos a dura face da guerra: prédios completamente arrasados, metralhados, com cerca de 10 buracões por metro quadrado. Vários edifícios na cidade ficaram assim, e foram demolidos para sua reconstrução, não sei por qual motivo estes dois eles deixaram, tentei tirar foto mas a van se mexia demais!! Mas vou postar a melhor foto que consegui!

Em Beirute, é agradável, é gostoso, é caro, é moderno, é chique, é tenso, é by yourself pois eles não são receptivos como os árabes. E eu não falei das mulheres, mas elas também, como as sírias são daquele jeito lindas, árabes, cabelo preto e pele branca, e traços fortes, só não usam véu como as sírias, são como as curitibanas e paulistas: modernas e apressadas. Fomos ao shopping, e, que seleção hein, que maravilha. Mas, parando de falar de mulher, fomos ao shopping comprar alguma comida no mercado e usar o banheiro de graça, pois lá é coisa chique o banheiro! Haha. E no mercado comemos um kebab que valeu muito o preço! Recheado de muita carne, recomendo este mercado pros mochileiros em Beirute, no shopping no centro da cidade. Aí estava tendo uma apresentação de natal na inauguração da árvore de natal, aquilo estava lotado de crianças e suas babás filipinas e algumas mães libanesas, o que eu fiz? Abri meu laptop, e dessa vez fui mais esperto, em vez de pagar no hostel usei muito tempo de internet rápida e gratuita do shopping!

No outro dia, foi o dia da peregrinação, acordei e sai do Líbano, o inimigo mortal de Israel, passando por Síria e Jordânia, até chegar para dormir em Israel, o inimigo mortal do Líbano. Haha. Posto logo esta história!

Fotos:
 Olha - o - tamanho - deste - lustre (na mesquita de Beirute)

 Olha a educação libanesa

 E olha isso! Diâmetro de 2,5m!

 Nosso lanchinho!

 Bonito bonito...

 O que é aquilo? Uma formiga? Não, é o Lucas no Templo de Jupiter.

 A cidade do Sol.

 Me encontre!
 Essa parede é forte! Resistiu a todos os terremotos e até a colunas pesadíssimas!

 O Templo de Bacchus, o mais bem conservado templo romano do mundo.

 Nórris e sua filha, conosco em Balbeck!

 Hizbollah exaltado pelas ruas de Balbeck!

 A Grande Mesquita de Beirute!

 Internet grátis no shopping! Eita!

A modernidade e a história se mesclam num país de muita riqueza!

Um comentário:

Marcelo disse...

Pois é.. as libanesas são pálios duro pras sírias! heheheehehe..

Legal ter visitado o Líbano. Ver o país das contradições!

E depois conta como foi a saga Líbano-Síria-Jordânia-Israel!

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